terça-feira, 1 de junho de 2010

O SIMBOLISMO DE UM REGRESSO – O RETORNO DO REI


Usualmente, sou uma pessoa racional. Por definição própria ou mesmo porque assim definem os que me rodeia Inclusive no que respeito o futebol e o Flamengo. Mas fui surpreendido por um estalo de emoção que não me lembro de ter sentido nos últimos tempos. Domingo à noite, uma inesperada notícia adentra meu cérebro rubro-negro: Zico é o novo Diretor de Futebol do Clube. E daqui que parte a definição, com uma boa deixa do que vem por aí, do regresso do maior ídolo ao seu clube.

Não vi Zico jogar, bom deixar claro. Questão cronológica. Sou de 1989, véspera da despedida do Galinho em terras brasileiras. Obviamente, também só vi por vídeo as peripécias de Zico no Japão. Tenho lembranças do Galinho brincando de jogar futebol de areia (não mais que o Capacete, verdade seja dita), quando o Beach Soccer ainda era futebol de areia.

Dito isto, sem vergonha nenhuma afirmo que sempre fui o primeiro a criticar o Zico por achar ele omisso nas questões internas do Clube. As pedras que virão não serão mais do que as que já chegaram. Mas foi e é minha opinião.

Hoje, levanto a voz pra falar um "Obrigado, Zico".
Porque não sei qual a grande conquista dele como Diretor de Futebol, não sei se virá com poderes totais, não sei se dará certo.
Mas ao menos, ele veio aqui e botou a cara (ainda que ele ganhe um ótimo dinheiro nisso, não interessa até aqui). E isso pra mim, já é suficiente para ter admiração e respeito por alguém. Se esse alguém for “só” o Zico então...

O que interessa pra mim, então, é isso: O maior ídolo do meu clube, enfim, está aqui. Participando ativamente do clube que o criou, e que ele ajudou a crescer.

E é motivado por isto, que me encontro em estado de emoção rasgada. A cereja do bolo é só um complemento pra quem comeu o bolo. Mas para quem não comeu e nem viu o “bolo” acabar com o Cobreloa ou com o Santos, a cereja é a melhor parte.

E a emoção rasgada vem em compasso com a esperança e otimismo que habita os corações rubro-negros. E a esperança se justifica:
O Zico vai receber 350 mil - segundo ouvi numa transmissão de rádio - pra ser Diretor Executivo de Futebol cargo que até onde sei, ele não tem lá muito currículo.

Mas de qualquer maneira, a injeção de ânimo na claque vem em doses cavalares. É o maior ídolo botando sua credibilidade, sua idolatria, seus conhecimentos em jogo para ENFIM, ajudar o clube, o seu clube, o nosso clube.

E é aquela velha história: ainda que não tenha lá muito cancha para o cargo, Zico é notoriamente um sujeito sério e de bom caráter, noves fora uma ou outra escolha errada.
E é a personificação do rubro-negrismo. Ele é o Sr. Flamengo.

Também não nego que o meu lado racional já comentado acima está falando: vai com calma, garotão.

Mas não adianta: desde que a notícia veio à tona, a emoção fala mais alto.

A esperança vence o medo, parodiando o político. Não consigo temer (dessa vez, sem política) qualquer chance de não dar certo.

O retorno do Rei é simplesmente, a notícia da década. Talvez dos últimos 15 anos. Talvez mais.

E cada tijolo que o Zico botar no CT, cada entrevista que o Diretor de Futebol Zico conceder, cada contratação que ele fechar irá me remeter ao Fla-Flu de Maraca lotado, das finais épicas, do passes precisos e dos gols decisivos.

Irá remeter a um passado que não vivi, mas que nunca sai da minha cabeça.

E completa um espaço vazio enorme: afinal, agora, eu posso falar...

Eu vi Zico.

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